quinta-feira, 3 de abril de 2008

Zé Ninguém flagra assalto a cadeirante

Esse artigo foi escrito por José Ninguém

Estava voltando do trabalho, de moto, e quando parei num sinaleiro, me deparei com a seguinte situação:
Um homem armado dizia, nervoso a um cadeirante:
-É um assalto! Passa tudo! A grana, o celular, a carteira, TUDO!
O cadeirante, apavorado, rapidamente entregou seus pertences ao assaltante.
O Assaltante, quando se afastava do cadeirante, viu um adesivo colado atrás de sua cadeira, e leu o adesivo em voz relativamente alta:
Vendo a cadeira por R$10.000,00
O Assaltante voltou-se para a vítima e disse:
-Essa cadeira aí vale ‘dez pau’?

Nesse momento, o sinal abre e eu estaciono do outro lado da rua, pois me interessei nisso. Uma cadeira de rodas que vale dez mil reais? Peguei o celular e tirei fotos das cenas, para depois entregar à vitima e enviar à polícia.
O cadeirante disse, nervoso: V-vale mais!
- Mais que isso?
-Ss-Sim
-E por que você está vendendo?
-Para juntar dinheiro e comprar outra melhor.
-Então existem cadeiras mais caras ainda? Passa ela pra cá!
-Mas... E onde eu vou sentar?
-Ah, senta em qualquer lugar! Passa agora!
O assaltante jogou o cadeirante para fora da cadeira e saiu correndo com a cadeira.

Um pouco depois, saí da moto e fui falar com a vítima, jogada na calçada.
-Aquela cadeira valia 10 mil reais?
-Não.
-Então por que afirmou?
-Eu não afirmei, ele só perguntou se valia 10 reais. Eu disse que valia mais!
-Ele perguntou se valia dez paus. Um ‘pau’ vale mil reais.
-Falasse dez mil reais logo de uma vez! Agora estou aqui sem cadeira!
-Mas estava escrito atrás de sua cadeira que ela valia 10000,00 reais.
-Estava escrito que eu a estava vendendo por 100 reais.
-Eu mesmo conferi, estava escrito 10000. Está aqui uma foto que prova isso.
Peguei o celular e mostrei a foto para ele.
O cadeirante analisou a foto e retrucou:
-Perceba que há duas vírgulas. Como pode isso? Os números 100,00 estão escritos à caneta, enquanto os últimos, 00 a lápis... Alguém escreveu isso atrás de mim.
-Percebo! Provavelmente, crianças, ou alguém que empurrou sua cadeira.
-Sim. Hoje mesmo, duas crianças fizeram a boa ação de me empurrar até a farmácia! Devem de ter sido elas!
-O que uma simples brincadeira não pode fazer, não? Pelo menos o bandido não vai conseguir vender a cadeira! Quem vai comprar uma cadeira velha por dez mil reais?
-A cadeira não é velha. Não faz nem dois anos que eu a comprei, e, aliás, você vai ou não me ajudar? Estou aqui jogado na calçada, sem poder me levantar, esqueceu?
Liguei para uma ambulância, que veio e o entregou, temporariamente, uma cadeira de rodas.

Algumas semanas depois, meu colega de trabalho, milionário e empresário, que também é cadeirante, me diz que foi sabotado: Comprou uma cadeira velha por dez mil reais!

Uma típica cadeira de R$10000,00!

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